" Mario Gil é um músico completo. Voz, canções e violão. É a prova que uma das correntes mais profundas da nossa música popular, continua viva e fazendo escola"
- Eduardo Gudin" ...exibe sólidas qualidades de violonista e compositor. Como instrumentista, distingue-se pelo toque preciso, incisivo, a pronúncia cristalina. O compositor, pelas boas origens mineiras, é ótimo de sambas, canções, toadas."
- Mauro Dias - O Estado de São Paulo"...pertencente a uma linhagem rigorosa de músicos em que se pode incluir Edu Lobo e Dori Caymmi."
- Pedro Alexandre Sanches – Carta Capital"Violonista, compositor, arranjador, produtor, um talento completo fisgado pela magia das notas musicais."
- Sérgio Fogaça – Página da Música"Um ourives da melodia..."
- Ricardo Anísio – O Norte“O juiz-forano se alinha a um grupo que tem como maior expoente o conterrâneo Sérgio Santos. Um time que trata os ritmos brasileiros como coisas do coração. "
- Kiko Ferreira – Estado de Minas“São sempre tocantes a elegância e a delicadeza sonora que o cantor, compositor e instrumentista imprime em seus trabalhos. Mario Gil conquista os ouvidos mais apurados com seu timbre de voz claro e muito bem colocado, com seu violão harmonioso e suas composições cujas letras e estruturas melódicas são tão bem concatenadas que fluem com uma maciez impressionante.”
- Liliane Pelegrini – Jornal o Tempo" Mario Gil ganha espaço no círculo de músicos em ascensão..."
- Julio Maria - Jornal da Tarde
No Auge do Anonimato
Homero FerreiraManuel Bandeira organizou uma Antologia dos Poetas Bissextos Contemporâneos. Se hoje organizassem uma dos músicos bissextos, Mario Gil bem que podia fazer um Pedro Nava e defender brilhantemente as cores de Juiz de Fora.
Mais que bissexto, quieto, anti-alarde. Pior, mineiro mesmo. Da Zona da Mata.
Adolescente, pelas Halfelds da vida, considerou a sério – meu Deus! – a possibilidade do enxadrismo profissional. Deus é grande, a Lusitana roda e, abandonando as pretas e as brancas, lá se foi pra São Paulo, pra estudar e tocar violão. Estudar, com o professor Henrique Pinto. Villa-Lobos e Agustín Barrios ao luar. E tocar, bom, é claro, caiu na vida. E na noite. Vou Vivendo, Café Paris, Clube do Choro... Vários bares. E noites. E os companheiros de geração e viagem musical: Bré, este desde sempre, desde os choros do Rabo de Galo, e Renato Braz, Wagner Brandão, Mônica Salmaso.
E sempre, na paralela, a Escola Suíça e o inacreditável home studio. Na Escola desenvolveu um longo e belo trabalho de extensão nas artes. O estúdio, pra se ter uma idéia, era um quarto (com janela à prova de ruído) num apartamento no Jardim Bonfiglioli, Butantã, lugar de cobra. Ô capricho num som de violão e de flauta, triângulo, acordeom, voz. Gravações preciosas: Luz do Cais, Contos do Mar, Outro Quilombo. E ele ali – gravando/mixando/masterizando – numa concentração de Bobby Fischer.
Esse, o Mario, que agora graças à Petrobras – salve o Campo Tupi! – dá de novo o ar de sua graça.Um dia, tempos atrás, Mario, cansado da lida, ligou pro irmão mais velho: “po, ando pensando em parar com esse negócio de tocar e cantar na noite. A Escola Suíça ta o máximo, meu salário é bom, to seguro. Sei não, essa coisa de ficar tocando... to pensando em parar”. E o Júnior, lá de Juiz de Fora: “Po, Mario, ficou louco, parar?! Mas bem agora que você ta no auge do anonimato!”.
Homero Ferreira é produtor musical e diretor artístico do Teatro Fecap, em São Paulo.